domingo, 28 de outubro de 2012

Poesia: Eu Poeta Sonhador



Gigante coração desbravador
Vibrante de emoção encantador
Alegre e bem disposto
Com a vida sempre a gosto
Pra frente, pro alto, de com força
Com a força dos humildes e justos
Sem esforço, sem custos
Com gosto de mar profundo
Salutar a embalar o mundo
Profano e cristão, cigano e barão
Amigo e servidor
Leal companheiro do amor.
Do amor vital, do amor sensual
Gente como a gente, espiritual!
Eu poeta sonhador
Desconfiado, ciumento, inovador
Sedutor, barulhento e responsável
De boa conversa, afável!
Italiano descendente, bom jogador
No baralho da vida, comunicador
Teimosamente feliz
Sabendo bem o que diz
Marido, irmão, pai e avô


Luiz Antonio Fascio
Jequié, 19/11/2004

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Poesia: Mariana Marianinha


(Inspirado em minha filha Mariana Oliveira)

Meu sonho de carinho
Do suave ventre ninho.
Chegou nina-rosa
Dengosa.
Chegou, Mariana bonita.
Marianinha catita.
Serelepe e risonha.
Sabida e sapeca.
Levada da breca.
Mariana, Marianinha
Minha queridinha.
Amor e doçura
Viva!
Vida candura.
Olha brilhante e redondinho
Faz careta com o narizinho.
Tagarela e mama, ligeirinho ligeirinho.
Papai e mamãe.
Não sabe quem quer.
Mamãe e papai
Bem me quer, bem me quer.
No colo pula.
Feliz bem feliz
Filha caçula
Do papai Luiz.

Luiz Antonio Fascio
Jequié, 10/03/1993

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Poesia: Pensando em Isabel



Continuo querendo todo dia
Continua amante dos teus zelos
Dos teus cabelos
E de tuas mãos cheias de bondade.
Preciso do teu carinho agora
Dos teus conselhos de amizade.
Do teu cheiro sem demora.
De tua pele macia
Cor de mel
Minha doce Isabel.
Teus gestos, tua imagem
Uma bela paisagem
Ao meu pensamento ativo.
Amante cativo
Dos teus apelos
Dos teus pelos
E de tua fala amiga
Para que eu siga
O meu caminho.
Ao meu eterno céu
Ao nosso ninho
Minha doce Isabel.


Luiz Antonio Fascio
Rio de Janeiro

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Poesia: Vento Viração, Ventania Ventaniá


Sou do céu azul
Vim das ilhas do sul
Sou mar de sargaço
Sou planta aquática
Sou fibra de aço
Sou carta náutica
Tenho peito de quilha
Com gosto de mar
Tenho mais de uma milha
Nasci para amar.
Sou vento viração
Ventania ventaniá.

Sou sol e sal
Sou mar de perau
Sou bom e sou mau
Sou água marinha
Sou verde do mar
Sou bela andorinha
Gaivota a voar
Sou velas soltas
Em ondas revoltas
Horizonte a navegar
Sou vento viração
Ventania ventaniá.

Luiz Antonio Fascio
Rio de Janeiro, 1969

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Poesia: Em Santa Tereza



Vou p'ra longe morar
Em Santa Tereza
Com a natureza
E a paz do lugar
As flores se abrindo
O cheiro do cravo
De forte cheirar
Os lírios dos campos
A paz do lugar.
Lá embaixo o mundo
Um mundão de paisagem
O relance, a passagem
O complexo, a engrenagem
A mistura, a fuligem
Pedregulho, a origem
A distância e o mar.

Em Santa Tereza
De longe morar.
As açucenas pequenas
Aboninas, verbenas
As tenras meninas
De muito caminhar
De pernas grossinhas
De ladeira andar
O bonde, a alegria
O largo, a poesia
As rosas, os espinhos
Os pássaros, os seus ninhos
Natureza cheirosa
O orvalhar...
Em Santa Tereza
De longe morar.

Luiz Antonio Fascio
Rio de Janeiro, 27/08/1974

domingo, 14 de outubro de 2012

Poesia: Próximo Verão

(Inspirado nos encontros com Lílian Oliveira)

Não vou mais me enganar
Agora terás.
Um amor que ordena
Com luxo e volúpia serena.
Sem mais lamento
Vou me encontrar.
Como vou te explicar?
O meu amor como será
Ás vezes será doce e lento
Como um cisne em movimento.
Por vezes violento
Como um leão faminto
A te procurar.

Não irás reclamar.
Nem vais te opor
Isso eu garanto.
Nem que preciso for
Te convencer a aceitar.
Não dirás mais...
Meus livros, meus pássaros
Meu cachorro, minhas flores
E sim...
Nossa casa, nossos livros
Nossas rosas, nossos amores.

Sentirás minha falta
Mesmo quando não te deixar em falta
Perguntarás, em voz alta
Quando voltarás?
Que será de mim quando partires?
Eu, que te quero tanto
Tens no meu corpo, teu encanto!

Essa  casa vai ficar tão vazia.
O quarto ficará tão grande.
A noite será sem alegria
O dia frio, sem fantasia
Vou ficar só com teu cheiro.
Esperarei os dias por inteiro.
O próximo verão chegar
E dirás...
Quando de vez ficarás?


Luiz Antonio Fascio
Rio de Janeiro, 1967

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Poesia: Eu Fui Deus



Hoje, eu falei com o mar
Tanta coisa ele me contou
Dos mistérios seus.
Eu, fui homem
Eu, fui Deus.
Pude amar.
Falei com as árvores
Falei com as flores
Dos meus amores
Do meu lugar.
Com os pássaros
Pude cantar.
Hoje, eu fui Deus
Amei os olhos teus
Cheguei, até a chorar
Quando a dor
Me cantou
Que a saudade
Ia voltar
Quando o  tempo
Que tem tempo
Me avisou
Antes do tempo
Que a chuva
Minha amiga
Ia me regar.
Eu falei e vou cantar.
Que sou Deus
Que sou homem
Sou o amor de amar.


Luiz Antonio Fascio

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Poesia: Negresia


Negra, cor padrão
Negra, libertação
Negra, minha afeição
Negra escuridão
Negra, minha cor
Negra, meu amor
Negra, minha mulher
Negra, minha fé
Negra, a piedade
Negra, a caridade
Negra, toda bondade!
Negra, minha cura
Negra, só ternura
Negra, mãe de leite
Negra, meu enfeite
Negra, meus achados
Negra, meus pecados
Negra, mulher cheirosa
Negra, toda sestrosa
Negra, sangue forte
Negra, boa sorte
Negra, casta dominadora
Negra, graça animadora
Negra, dos encontros
Negra, dos meus contos
Negra, liberal
Negra, do carnaval
Negra, exaltação!
Negra, um sambão
Negra, porta bandeira
Negra, brasileira
Negra, guerrilheira!
Negra, boa escrava
Negra, raça brava
Negra, acalanto
Negra, muito pranto
Negra, sofredora
Negra, redentora
Negra, salvadora
Negra, varonil
Negra, do meu Brasil!


Luiz Antonio Fascio
29/06/1973

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Poesias: As Tuas Mãos

(Inspirado nas mãos de Dora Coutinho)

Adoro as tuas mãos
As mãos que acariciam
Mãos que escrevem
Mãos que me guiam.
Que me esclarecem
Que me aquecem
Que junto do meu peito
Me enternecem!
As tuas mãos adoro
Elas, por quem choro
Quando me acenam partida
Elas, por quem oro
Quando ao longe despedida

Mãos que falam ternura
Mãos de fartura!
Mãos de aconchego
Mãos de sossego
Mãos de chamego
Mãos serenizadas
Mãos eternizadas
Mãos dadas!
Mãos de todo dia
Mãos de toda hora
Mãos de melancolia
Mãos de Dora.


Luiz Antônio Fascio
Rio de Janeiro, 22/08/1973