quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Poesia: Protesto Medieval



Cantem louvores medievais
Em épuras espaciais.
Figuras distorcidas.
Critiquem, anarquistas
Ante-tabus, tradicionais.
Lutas fratricidas
Algures Marxistas.
Vivas, Che contra capitais.
Sementeiem grão por grão
E colham nada por nada.
Reformulem modelos siderais
Espaciais.
Lunáticos estilistas.
Direitistas, trabalhistas
Cheiro de guerra no ar.
Guerrilheiro, companheiro.
Todos amantes
Em tons vibrantes.
Cantem louvores medievais
Em épuras espaciais.


Luiz Antonio Fascio
Rio de Janeiro, 1962

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Poesia: Flor Morena


(Em homenagem a Samir)

Anjo, menina e mulher
Tão macia e serena
Sabendo bem o que quer
É minha flor morena

De pétala aveludada
Minha cabocla açucena
Doce mulher apaixonada
De graça tão plena

Aos poucos vai vibrando
Com o porte angelical
Aos mimos se entregando
Com graça sensual

Esguia flor apetitosa
Sabe pedir com afeição
Carismática e dengosa
Nos momentos de decisão

Magrelinha encantada
Bem amada e charmosa
De ternura emanada
Doce mulher formosa

Às vezes, feliz,
Por vezes, cismada
Sabendo o que diz
Tão tenra e mimada

Provocando devaneios
Perfumada verbena
De muitos anseios
Única flor morena.

Luiz Antonio Fascio

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Poesia: Clarice


Clarice chegou da Bahia
Para me conhecer
Cheia de dengue e magia
Alegrou o meu viver
Clarice chegou tão pura
Rosto liso, pele escura
Tão mimosa no falar
Clarice veio, para agradar.

Dentes brancos, riso franco
Sabendo o que quer
Clarice minha alegria
Queimada do sol da Bahia
Com gosto de mar
Quando te vi Clarice
Com tanta meiguice
Rezei ao Senhor do Bomfim
Pra ela ficar pra mim
E pra Bahia, jamais voltar.

Luiz Antonio Fascio

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Poesia: Carla Sensacional




Ela vem toda linda
Moldura monumental
De blusa esvoaçante
De pele deslumbrante
Escultural!

Aconchegantes teus apelos
De gestos esfuziantes
Macios e sedosos pelos
Enlouquecem hoje, como antes

Doce mulher serena
De bronze queimada de sal
Beleza de gata plena
Fenomenal!

Semblante de pureza
Cheia de amor e perdão
Boa fragrância com certeza
Mulher sensual, uma afeição

Carla é brasa acesa
Enfeite de cristal
Confiança e esperteza
Moldura monumental.

Carla, Carla, Carla
Sensacional!...


Luiz Antonio Fascio




quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Poesia: Sentinelas Avançadas



Jovens a serviço do povo, armados
Braçadeira, um escudo, delegados
Sentinelas avançadas!
Em marchas forçadas
Das lutas urbanas
Nas cidades americanas
O punho fechado
O peito calado
Liberdade que surge
Melhores condições, urge!
Por conta própria, a revolta!
Liberdade em volta
Sentinelas avançadas
Em marchas forçadas
Das lutas urbanas
Das frentes treinadas
Nas cidades americanas
Justicialistas, peronistas
Trotskistas...
E outras forças que tais
Os povos submissos
Libertais, libertais!

Luiz Antonio Fascio
Rio de Janeiro, 28/06/1973

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Poesia: Varandando


Chuva foi
Chuva vem
Sem vintém
Tem não tem
No balanço
Ouço e canto
Embalo manso
Varandando
Olho e canso
Manga larga
É meu boi
Rio acima
Lá se foi
Minha rima
Vira tema
Vira lema.
Viração
Ventania
Curtição
Serrania
Serração
Serra brava
Serra a serra
Sem a trava
Do serrote
Meu garrote
Ara a terra
Minha luta
Minha guerra.
Balançando
Em meu abrigo
De ceifada
Olho o trigo
Com a foice
Ele foi-se
Ceifa o eito
Dorme em leito
Varandando
Em parapeito
Da varanda
Chuva foi
Chuva vem
Sem vintém
Tem não tem
No balanço
Ouço o canto
Embalo manso

Luiz Antonio Fascio
Rio de Janeiro 08.04.1973

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Poesia: Despedida

(Inspirado em Sulenize)

Leva amor! Leva!
A saudade amiga
Da vida como inimiga
Leva a tristeza 
Que enfeia a beleza
Leva amor!
Leva contigo as verdades ruins
O sofrer e os teus quindins
Vai embora amor
Deixa eu querer, sozinho
Deixa a fossa
E o meu pinho
Deixa a mágoa, só nossa
E a conquista da bossa.

Leva amor! Leva.
O meu último beijo
Meu último desejo
De enroscar em ti
Leva amor! Leva.
Os meus ais
Meus pecados capitais
De noites imortais
Leva amor! Leva.
Meus momentos alegres
Do depois.
Os bons momentos greves
De nós dois.
Leva amor! Leva.

Luiz Antonio Fascio